quinta-feira, 29 de abril de 2010

X=Y=Z=X=Y=Z

Odeio comparações. Sabe quando você esquece de fazer alguma coisa em casa e sua mãe começa a dar sermão, sempre citando a filha da vizinha que é a perfeição em pessoa, uma grande ajuda pra mãe e que você devia se espelhar nela (quando, na verdade, você sabe que a menina é uma dadeira usuária de drogas)? Então, começa aí meu ódio por essas coisas.

Pensa comigo: você vai no cinema ver um filme X e, ao sair da sala, sempre tem um mané falando que o filme é igualzinho ao filme Y. As vezes os filmes até tem uma coisinha a ver, mas vamos colocar as cartas na mesa aqui. Que filme de ação não tem sangue, tiros e morte? Que comédia romântica não tem um casal que passa por poucas e boas até descobrir que se ama? Que romance não tem uma mocinha sofredora que comeu o pão que o diabo amassou até encontrar o amor da sua vida? É tão normal que as coisas sigam um padrão, que se encaixem em alguma(s) categoria(s) e se pareçam com algo que a gente já viu antes. Até os maiores clássicos do cinema já passaram por isso, já que todo diretor/roteirista/pessoa-whatever-que-fez-o-filme teve uma inspiração externa pra pensar em tudo aquilo que ele colocou na obra. Estranho seria se, em um belo dia, chegasse um bonito falando que viveu isolado de todo e qualquer convívio com o mundo e escreveu um roteiro incrível que nunca foi visto antes. Zzzzz, né.

A mesma coisa acontece com o mundo da música, e hoje em dia isso já tá beirando o insuportável. Ouço e adoro música pop desde que me conheço por gente, e a história foi sempre a mesma. Backstreet Boys e N'Sync, Britney e Christina, Spice Girls e qualquer grupo com meninas que aparecesse. Maldita MTV e revistas adolescentes que gastavam o maior tempo com especiais e páginas mostrando rivalidades que, na maioria das vezes, era a própria mídia que criava. Qualquer arroto vira motivo pra apontar o dedo e gritar cópia, desde uma frase igual até uma meia da mesma cor, o que acaba tornando tudo muito repetitivo e extremamente chato.

Agora a moda é usar a Lady Gaga como exemplo pra tudo. Usou maquiagem colorida? Lady Gaga cover. Colocou uma roupa diferente? Lady Gaga wannabe. Gravou uma música mais dançante? Se inspirou na Lady Gaga. Peidou? Uhm...tem o cheirinho igual o da Lady Gaga. As vezes parece que a mulher surgiu de outra galáxia, repleta de conceitos 100% originais e fosse o maior exemplo de sucesso que o mundo pop já viu. Aham, Cláudia, a Madonna faz isso há 20 anos, usando todo esse discurso de igualdade e o mesmo sutiã pontiagudo e, adivinhem? Também comparam as duas! É como se fosse muuuuito absurdo uma coisa parecer com a outra, como se existisse uma regra universal de que cada artista tenha que ser único, especial e criasse um ritmo de música diferente. Se fosse assim, hoje em dia exsistiria mais estilo musical que gente no mundo.

Tá, a idéia de ter só coisas novas e sempre diferentes é linda e maravilhosa, mas em um mundo de 6 bilhões de pessoas é bem improvável que isso aconteça, não é? Acho que já passou da hora das pessoas entenderem que existe um abismo de distância entre a cópia e a inspiração, e se as coisas continuarem assim logo logo segurar um microfone com uma mão ou outra vai ser motivo pra criar rixa e virar especial do VH1.

7 comentários:

  1. Também não gosto de comparações e prezo o original.
    Gostei do teu blog.
    Parece o... Esquece. Mas voltarei.

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  2. Hehehe Concordo!

    mas em tudo. Mas tem tanto da mesma coisa que chega enjoa, acho tudo tão igual e desnecessário!

    Mas enfim, não tem como ser original se vc nasceu uma cópia.

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  3. Comparações são sempre chatas. Concordo com seu texto, pois quando se cria um filme, vc assistiu a muitos antes, que por sinal são clássicos e que todos se espelham. O problema é que as pessoas confundem se espelhar em algo com fazer igual.

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  4. As pessoas estão sempre buscando referenciais para tudo. O que complica é que essa atitude muitas vezes pode prejudicar o modo de entender o trabalho de determinado artista. E o mundo da crítica cultural hoje é dominado por achismos, o que torna tudo muito pior. Acredito que seja válido, por exemplo, ao escrever uma resenha, usar essa rede de referências de maneira a acrescer no entendimento de determinada coisa, oferecendo novos ângulos de análise de um álbum, um livro, etc. E, é claro, não conferir crédito demais a comparações simplistas.

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  5. Superverdade!
    by the way, vi seu blog no site da Capricho e adorei! to seguindo :) se puder visitar o meu eu ia ficar superfeliz XX

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  6. Referência só faz crescer, não!? O que seria da Lady Gaga sem conhecer Madonna? Quem copia descaradamente não dura muito... não precisa nem de imprensa botando lenha.
    Bjs!

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