quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dias de chuva


Nunca tive motivos pra ter problemas com chuva, já que Barretos tem alguns pequenos pontos de alagamento e eles nunca são perto da minha casa. A única coisa é que, sabe Deus por que, eu tenho medo - muito medo - de raios e trovões (coloco a culpa no Dr. Victor, do Castelo Rá-Tim-Bum). É o tempo começar a fechar que já começo a pensar em mil maneiras de morrer. Tenso.
Com alguém por perto, acabo dividindo a paranóia e tudo passa mais rápido, mas o grande problema veio esse ano. Morando sozinha em uma cidade que eu já considero a Forks brasileira do tanto que chove, tive que aprender a lidar com a minha histeria, tentar esquecer a tempestade lá fora e tentar ser normal, o que deu certo até certo ponto. O drama maior veio em uma noite escura de temporal feio em que a força acabou. A Mônica, com a maior tremedeira do mundo, pega o celular e liga pro pai. O diálogo:

- Paaaaaai! Acabou a força aqui, tá chovendo pra caramba e eu não sei o que fazer.
- Você não faz nada, menina. Deita e dorme. (é, o detalhe é que isso era quase meia-noite)
- Mas como você espera que eu consiga dormir assim?
- Fechando os olhos e contando carneirinhos, Mônica.
- Ai paaaaaai...
(tu tu tu tu tu tu tu)

E foi assim que eu percebi que, além do meu pai não me levar a sério, eu tinha encontrado meu medo irracional.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

E foi uma monicada daquelas


Se tem uma coisa que eu me lembro bem das aulas de literatura do colegial - além dos brações e dos olhos azuis do professor - é da liberdade que Guimarães Rosa tinha para inventar palavras. Lógico que quando ele fazia isso a galera achava poético, bonito e chamava de figura de linguagem, mas ai de mim se saio por aí falando que fulano é humildoso ou que alguma coisa é nonada. Pobre da Mônica analfabeta, né.
A questão é que sempre quis ter esse poder de inventar palavras que acabassem pegando, coisa que hoje em dia parece tão fácil. Fala sério, o que você pensaria se há 10 anos alguém chegasse e pedisse uma explicação sobre alguma coisa que você twittou hoje? Ou então se, do nada, você fosse chamado de adultescente? Parece que a cada ano o dicionário engrossa mais e as palavras ficam mais específicas (ou idiotas, como no último exemplo citado), e isso só me dá mais vontade de ter meu próprio vocabulário.
Imagina só todo mundo falando o moniquês como segunda língua, conjugando o verbo monicar no pretério-mais-que-perfeito e admirando uma coisa muito legal com um "nossa, que monicada!"? Aos mais ignorantes, os problemas de compreensão seriam resolvidos facilmente com meios alternativos. Tipo a minha avó, que é tão from farm que as vezes a gente tem que brecar e soltar um "Dona Nilza, por favor, desenha o que a senhora quer dizer que com palavras não tá dando pra entender".
De qualquer forma, acho que vou abraçar de vez a causa dos neologismos. Afinal de contas, se a Beyoncé conseguiu enfiar bootylicious no Oxford, por que eu não posso monicar no Aurélio?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vivendo e aprendendo com Jennifer Aniston


Quando você perde seu marido para uma mulher linda-sexy-generosa-nora-que-toda-mãe-deseja, é sinal de que o mundo acabou e você tem toda a licença poética para se jogar num pote de sorvete? Não, minhas caras. Aprendam com a mestre:

Guia de superação do abandono, por Jennifer Aniston

1) Seja a queridinha da América por 10 anos.

oi, não esqueçam que eu sou rachel green e que vocês me amam

2) Renove o guarda-roupa, faça várias makeovers e seja figurinha constante em listas das mais bem vestidas.

I got the power


3) Saia pegando geral enquanto seu ex está casado, barbudo e com seis filhos.




4) Tenha 40 anos, seja linda com essas pernas e faça um filme com Gerard Butler.


Aprendeu? Porque depois que você pega o jeito, não tem deus grego que te deixe pra baixo.

The new thing


Quando o assunto é mudança, eu sempre fico com um pé atrás. É até engraçado dizer isso, ainda mais vindo de uma pessoa que muda de casa praticamente uma vez por ano, corta o cabelo como quem troca de roupa e tem vontade de renovar o guarda-roupa pelo menos uma vez por semana, mas é a mais pura verdade. Mudar uma coisa antiga é como mexer em time que tá ganhando, e sempre me deixa na dúvida se é ou não a coisa certa.
O blog é desse jeito. Depois de passar quase três meses sem postar nem um oi e ver teias de aranha se formando no cantinho da página, percebi que se não desse uma repaginada a coisa não iria pra frente, e a idéia de ficar sem um canto em que eu possa escrever o que me der vontade é simplesmente inconcebível. Portanto, cá estou. Dei tchau a uma hospedagem de anos (e que eu dava um calote bonito), passei uma madrugada inteira montando um blog novo e fiz minha única resolução de ano novo: escrever mais, me expressar mais e deixar que as teclas do meu computador falem no lugar da minha voz de taquara rachada.
Assim, aproveitem o novo que nem é tão novidade assim.