domingo, 22 de abril de 2012

Da validade das pessoas

E no meio de tantas conversas nonsense, esses dias veio uma que não saiu da minha cabeça: sobre a validade das pessoas. Normal a gente pensar que as pessoas vem e vão, e que guardamos só as realmente especiais mesmo, mas é difícil pensar no que faz uma pessoa se tornar "guardável". A partir daí a teoria foi sendo construída, e então veio a comparação: no fundo, somos como alimentos e, querendo ou não, todos  nós temos uma data de validade. Basta saber o que é mais útil guardar.
É muito fácil ser um legume, por exemplo. Bonito, colorido, vistoso, até saudável. Mas um legume (vale também pra vegetais e tal) dura só uns diazinhos e puf, fica murcho, preto, nojento. Legumes são efêmeros, sabe...
Mais fácil ainda é ser um docinho, daqueles de padaria. Gostoso, lindo, prazer imediato e...horas depois de fabricado já tá feio e sem graça. Coisinha passageira, que só serve pra dar uma animada em um dia nublado.
A coisa começa a melhorar quando você encontra uma carne. Além de saudáveis e nutritivas, carnes podem ser congeladas e serem guardadas por meses, sempre atentas à sua necessidade. Sem contar a versatilidade e o cheirinho bom de uma carne assada bem quentinha...
Mas a verdade é que nada se compara às conservas e enlatados. Sempre ali, bem guardadinho, um enlatado te ajuda desde os momentos de necessidade até a criação de um prato mais elaborado, atuando como aquele diferencial que ninguém mais tem. Um enlatado te acompanha sem precisar de muito espaço ou temperaturas específicas, basta um lugarzinho arejado e já tá feliz. Sem contar que em todo retrato de fim do mundo, seja por desastres naturais ou invaões zumbis, a primeira dica é sempre estocar as latinhas.  Uma mão na roda, um parceiro para todas as horas, tudo o que você precisa em uma ilha deserta. Por isso, fica o conselho de amigo: quando passar no mercado, um pouquinho mais de atenção aos pêssegos em calda e às ervilhas pode vir a calhar, tá.

<3

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