quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um time, um centenário, milhões de vidas


Eu vou falar do Corinthians e quem torce contra ou não gosta de futebol nem perca seu tempo comentando e falando mal. Não vai mudar nada aqui.

Sou filha e neta de corintianos. Com poucos anos de vida, meu pai já colocava um gorrinho preto e branco na minha cabeça e tirava foto daquela coisinha gorda torcedora do Timão. Cresci cantando o hino, gritando nome de jogador famoso e sabendo que não adiantava falar nada com meu pai durante aquelas 2 horas de jogo no domingo - ele simplesmente não ia me escutar.
Muitos falam que time de futebol a gente pega da família, e eu não nego isso - e só tenho a agradecer à minha pela escolha perfeita. Hoje eu sinto que nasci assim, que não tinha outro jeito. Tudo em mim deixa explícito que sou corintiana: o fervor, a paixão, a irracionalidade. A mania de roer as unhas durante um jogo complicado, fechar os olhos numa cobrança de pênalti ou o abraço apertado na almofada na hora do nervosismo.
Já chorei sim, e foram muitas vezes. Aquele choro quietinho na van, voltando pra casa do vestibular, naquele fatídico dois de dezembro. Ou então aquele choro com soluço enquanto via o time cair na Libertadores mais uma vez. Sempre foi difícil, com todo aquele sofrimento digno do Corinthians, mas nunca deu vontade de desistir. Prefiro ficar na segundona pra sempre com o a mudar de time e disputar um Mundial.
Ao mesmo tempo já tive muitos momentos de alegria, muito maiores que os de choro. As comemorações por títulos envolta em bandeiras de pessoas que eu nem conhecia, os gritos de gol, os abraços apertados na hora da vitória. O que acontece dentro de campo chega com a mesma intensidade pra gente aqui, do outro lado da TV, e a felicidade é a mesma - ou até maior.
Não tem como negar a importância de um time que atrai 30 milhões de pessoas, ou falar que é só mais uma torcida de futebol. Nós estamos sempre lá, na vitória ou na derrota, na chuva ou no sol, no dia ou na noite. Não tem hora certa pra ser corintiano: nós o somos 24 horas por dia. E pra mim, essa é a maior diferença em comparação aos outros. Nós vestimos a camisa e apoiamos aquele escudo em todos os momentos, principalmente nos tristes. Não tem jogo ruim, jogador perna-de-pau ou dirigente ladrão que consiga mudar isso.
Hoje comemoramos 100 anos e quem merece festa somos nós mesmos. Os que empurram, os que torcem, os que choram, os que amam. Porque não existe amor maior do que o incondicional, e é esse que vive dentro de cada fiel. Somos muitos, somos heterogêneos, somos pedreiros e doutores, brancos e pretos, homens e mulheres. Somos tudo que o Brasil é e estamos em todos os lugares, e por isso somos tão invejados. Podemos até não ter um ou outro título ou um estádio com nosso próprio nome (por enquanto), mas temos muito, muito mais. Uma pena que os outros nunca chegarão a sentir nem 10% disso.
Parabéns, vida, história e amor. Você merece mil festas com mil fogos e mil pessoas. E é por isso e muito mais que eu falo com o maior orgulho do mundo que sou Timão. Que sou uma louca. Que sou fiel. Que sou mais uma na multidão. Que sou Corinthians.

8 comentários:

  1. Ei Mônica!
    Acho muito legal isso de ter um time do coração e ser assim, apaixonada por ele.
    Só não concordo com o que vc disse que os corinthianos são diferentes pois apoiam sempre o time. Eu acho que isso vai de cada pessoa, e cada torcida tem seus apaixonados igualmente pelo time.
    ^^
    Eu torço pro Vasco, coisa de família também. Meus avós dos 2 lados são apaixonados pelo time. Meu pai era fascinado. Me mudei pra São Paulo e como lá é longe de tudo o que tem a ver com o vasco, a loucura foi miando. Eu sou vascaína de coração, e to sempre torcendo pra ele ganhar, mas não gosto de futebol então não vejo jogos. Tenho uma camisa do meu time e gosto pra caramba dela, mas não sei o nome de todos os jogadores. Enfim, eu acho que cada um tem o time que tem, e gosta dele da sua maneira!
    Beijos

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  2. Eu nunca gostei de futebol ): quando pequeno nem sabia de que time era (vivia "virando folha", é como dizem por aqui trocar de time sempre).
    Além disso, minha família é meio a meio: metade atleticana, metade cruzeirense. Vai ver foi nessa falta de referencial que acabei ficando de fora, hahaha.

    Beijo!

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  3. O caderno especial que a Folha de S.Paulo fez para o centenário do Corinthians ficou bonito! Tive inveja! hahaha Estou esperando o centenário do Cruzeiro chegar!hahaha

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  4. Mônicaaaa, me socorre?
    então.. eu e meu namorado decidimos fazer um blog falando sobre o nosso namoro e como as coisas são reais ou não quando se está dentro de um relacionamento.
    Legal, temos idéia do Layout e das postagens, mas o título é uma completa incógnita.
    Me ajuda com opiniões?
    Adoro os seus textos e esse do Corinthians nem foi muito o meu estilo, viu? Sou Palmeirense verde (pra nao dizer roxa) UAHEUAHE e já tenho que ouvir meu namorado falando do Corinthians o dia todo u.u Mas ta valendo. Ainda assim foi bem escrito.

    Beijos e tenta dar um "réup", ta?

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  5. Eu sou totalmente alienada a futebol....não tenho paciência nem pra assistir a copa do mundo. Mas enfim, se me perguntam pra que time eu torçom, é para o corinthians, a minha resposta, pois como vc, boa parte da minha família é corintiana e cresci ouvi os berros quando tinha jogo do corinthians...rs

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  6. Não sou fanático, mas nos últimos anos tenho participado de discussões sobre Futebol. Não sou corinthiano, mas algumas verdades precisam serem ditas: “Aqui tem um bando de louco, louco por ti Corinthians” é demais! E no primeiro gol do Ronaldo todos ficaram felizes, ainda mais porque foi contra o Palmeiras! :]


    :*

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  7. Tudo bem, eu não gosto de futebol. Mas passo aqui para te deixar um "oi" e um beijo grande.

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  8. sendo palmeirense fanático e tanto quanto por um time de futebol americano, eu te entendo perfeitamente.
    esses times fazem parte das nossas vidas. é estranho. instituições que entram e devastam nossos corações mais que qualquer pessoa. queria, algum dia, entender isso.

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