terça-feira, 12 de abril de 2011

Muito além de uma it girl

De uns tempos pra cá praticamente todos os blogs de moda adotaram o termo it girl pra se referir a alguém que "está na moda e serve de referência". Durante a SPFW, o GNT fez um programa em que abordava o tema e saiu perguntando às pessoas na Bienal o que elas achavam disso, e metade dos entrevistados - curiosamente eram bem aqueles que trabalham com moda há um bom tempo - disseram que acham isso uma babaquice total. O engraçado é que a enquete virou um misto de indignação entre quem vive disso e um monte de blogueira de look do dia tentando explicar o que elas tanto almejam ser.
E ó, não é por nada não, mas eu concordo plenamente com o time que acha toda essa história uma idiotice. Se você joga it girl na wikipedia, a primeira definição é "termo utilizado para se referir às garotas fúteis", simples assim. E eu acho um tanto quanto irônico pessoas que tanto falam sobre a moda ser mais que uma simples futilidade aceitarem ser encaixadas numa categoria que coisifica a mulher até no vocabulário. O mais engraçado é que nem elas mesmas conseguem definir alguns conceitos básicos e sempre acabam no "a moda é você se vestir do seu jeito". Muito fácil falar isso com um Louboutin nos pés e uma Louis Vuitton nos braços.
Nada contra as Alexas e Bettys pelo mundo afora: acho muito legal essa popularização do "falar sobre moda", e super apoio os blogs que tratam do assunto de uma maneira não-convencional. Só que anda complicado encontrar alguma coisa diferente em um universo que parece só se interessar em ganhar brinde de marca famosa e fazer resenha de esmalte. Quer falar sobre moda? Fale, mas por favor mude o tom. Já existem trilhões de meninas fazendo a mesma coisa por aí e sendo lindas. E olha, eu sei que é difícil: já tentei manter um blog com mais duas amigas e percebi que o negócio exige um belo empenho. Se você o tiver, vai com fé porque sempre existe alguma coisa a mais a ser dita, pode confiar.
Além do que, esse tipo de coisa é uma afronta a tantas mulheres que ajudaram a construir toda essa indústria. É muito fácil hoje em dia uma fulaninha bem-nascida criar um blog, colocar fotos das suas roupas e sair falando das tendências de inverno, sem nem saber de onde o estilista tirou inspiração pra fazer aquilo. Sei lá, acho que já existiu um dia em que entender de moda era mais do que saber dar um nó no cinto e passar batom laranja.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Carrie Bradshaw feelings

Esse post é patrocinado pela minha querida @karinaconst. Do alto de seus 1,57m , ela é uma mocinha sabida, bonita e gostosa, mas que sofre com a falta de homem no mundo - como muitas queridas por aí. Portanto, segurem o lencinho e ajudem a minha parceira de woohoozices a desvendar esse desaparecimento masculino em massa.

Estamos a procura. Cadê você?

Não está fácil para ninguém. Posso falar, com conhecimento de causa, que nós mulheres temos que conviver com um problema que está aí escancarado para quem quiser ver: a falta de homem! Estatísticas mostram que o número de homens é inferior ao do sexo oposto, dizem até que a diferença pode chegar a 4 milhões. Quatro milhões: OK! Agora tira daí: os casados, gays, os que não fazem o seu tipo e aqueles que não querem nada com coisa nenhuma. O número de opções cai significativamente.
As causas disso? Pode ser um problema genético: alguma coisa está dando errado na hora de juntar os cromossomos e sempre entra mais um X ao invés de um Y. Deve ser algo na água, sabe. E o pior é que além de faltar homem, os que estão aí formados – com o X e o Y onde devem estar – nem sempre atendem aos nossos requisitos básicos para um futuro relacionamento. Ou seja, além do problema de quantidade, entra aí um problema maior que é o de qualidade.
Procura-se: Homem solteiro, bonito, inteligente, empregado (ou empresário) e que ainda leve a vida com bom humor (coloque aqui aquelas características que não podem faltar para você). Ninguém? Não, mesmo? (...) É, gente está complicado. Será que somos nós que estamos muito exigentes?
Espero que não.
Pode ser ingenuidade da minha parte, mas ainda quero um mundo em que a gente possa escolher o pai dos nossos filhos sem aquela lógica do “Se não tem tu, vai tu mesmo”. Sem dar um jeitinho brasileiro porque ele é casado ou não quer casar com você de papel passado. A tão famosa liberdade inclui, principalmente, a liberdade de escolha. E para se ter essa liberdade, precisamos de opções.
Aliás, pode ser que a liberdade, na verdade, nos atrapalhe. Na época dos nossos avós, quando a liberdade de escolha era pequena ou até nula parece que os casamentos davam mais certo. Pelo menos, aparentemente. Os casais se arranjavam conhecendo pouco um do outro e, agora, completam bodas de ouro com filhos, netos e até bisnetos que podem não viver essa mesma realidade.
Estranho, né? Também acho. Esse assunto merece um aprofundamento muito maior do que eu posso dar, mas de uma coisa podemos ter certeza. O mundo mudou, nós mudamos e parece que a coisa ficou mais difícil. Toda essa dinâmica do relacionamento exige de nós um comportamento bastante diferenciado do anterior. A liberdade nos exige o conhecimento. Conhecer, palavra relativamente pequena, mas que é bastante complicada de ser aplicada. Implora que os dois envolvidos estejam abertos para que ela ocorra. Alguém disponível?